domingo, 7 de abril de 2013

APESAR DO AUMENTO DOS TOMATES, RESTAURANTES BAIANOS DESCARTAM REPASSAR PREÇOS AOS CLIENTES


A inflação é um dos principais tormentos da vida de quem administra um negócio. Para um restaurante italiano, o aumento no preço dos tomates pode gerar prejuízo para o estabelecimento, aumento do repasse para os clientes ou até boicote do produto, como fez uma cantina em São Paulo, a Nello's, que resolveu fazer suas receitas sem tomate para manter suas finanças estabilizadas. Em Salvador, aumentar o valor dos pratos não passa pela cabeça dos gerentes e proprietários. “Ainda não repassamos aos clientes, estamos assumindo os custos. O tomate está caro.
A maioria das nossas receitas conta com tomates e não há como tirá-los do cardápio. O Divella [marca italiana] não tem fornecedor aqui. A gente compra importado e está em falta sem previsão de chegar. Vamos ter que substituir por uma marca inferior”, conta a gerente do Pasta Fast da Pituba, Daniela Lima. No entanto, nem todos os estabelecimentos demonstram tanta preocupação com o aumento do produto tão importante para a culinária italiana. “O nosso molho é à base de tomate pelati, que é enlatado, então não temos sentido muito [aumento do preço]. Se nos afetasse, teríamos que absorver o prejuízo. Não poderíamos repassar para os clientes. A gente pode buscar fornecedores diferentes, mas cortar [o produto, como fez a cantina de São Paulo] é difícil. Quando falta um produto por atraso do fornecedor eu já fico chateada, imagine se o produto falta por opção nossa”, reflete a auxiliar administrativa do La Pasta Gialla da Pituba, Glória Macedo. Já o proprietário do restaurante La Figa, localizado no Pelourinho, diz ser possível fazer bastante comida com uma quantidade razoável do fruto. “Para mim não há grande prejuízo, porque com 1 kg de tomates eu faço cinco ou seis pratos. Aumentar a long neck seria pior, mas lógico que ninguém gosta quando há aumento em um produto”, diz o italiano Salvatore Distefano. Na Cantina Montanari, na Boca do Rio, também não está em pauta uma mudança de preços para os consumidores. “Trabalhamos mais com polpa de tomate, que vem de São Paulo, e misturamos ela com o tomate”, conta o gerente Ruben Carneiro.

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